Sou uma mulher (á moda)
antiga: fidelidade só com preservativo*
Deslealdade é falta de
caracter
Desonestidade,
falta de coerência
Consigo mesmo
E isso de que alguém é meu,
não existe
Ninguém é dono de ninguém
O ciúme nasce do sentimento de
posse
Tem fortes raízes na
insegurança, na baixa autoestima, na falta de confiança
Não é sentimento
É miscelânea de sentimentos
Que tem basicamente por base o
medo
O medo de perder
O medo de ficar sozinho …
Não se deve alimenta-lo mas
sim resolve-lo
Ou se não puder
Remove-lo
Como um dente podre
Extraí-lo
Pois ao invés de tempero do
amor ele é veneno que contamina
Qualquer semelhança com amor é
pura coincidência
Recuso-me a viver a tua
paranoia, o teu egocentrismo
A tua falta de confiança
ofende a minha integridade
Não sou tua nem nunca o serei
Mas não me conheces como eu a
ti me mostrei
Não me acreditas, não me
reconheces
Porque o que tu amas é o reflexo
de ti próprio
O que esta no teu umbigo e á
sua volta
A projeção do teu eu
A imposição das tuas fantasias
Sobre mim
Não me vês
Não sou como querias que fosse
Essa só esta em ti
Por isso me queres modificar
Pôr a teu jeito
mas isso já eram sonhos a mais
Sou livre,
Nasci livre, vivi em liberdade
e assim morrerei
Pois este é o meu espirito e
nem a mim pertence
É de um todo
Ao qual todos retornaremos
apos deixarmos o teatro
Sairmos de palco
Tirarmos a mascara
Despir este corpo e regressar
á essência
Da qual somos feitos
Custou-me a acreditar que as
coisas não tinham cor
Pois se eu as via coloridas
Pois se eu via o arco-íris
Ele existia
Hoje sei que não é mais do que
a luz refletida na água
Uma ilusão optica como tantas
outras que, como S. Tomé, cremos porque as vemos
Já não preciso de ver para
crer
Nem acredito em tudo o que os
meus olhos dizem
Sei sentir e acercar-me de mim
e do que esta a minha volta
Percecionando
Intuindo
Deixando a energia presente em
todas as coisas e em mim mesma, fluir
E como a água segue sempre em direção
ao mar
Contornando, vencendo todos os
obstáculos
Assim sou eu
O espirito da água
Há pessoas que são como as
arvores
Crescem onde as plantaram e aí
permanecem a vida inteira seguindo o código genético
da semente que lhes deu origem
Aguentam todas as intempéries,
todas as pragas
Para no fim darem o seu fruto
Fim para o qual se destinam e
recomeçar o novo ciclo reprodutivo
A semente do fruto da vida e
tudo volta a acontecer, repetindo-se como há cem, duzentos anos atras, 100, 200
milhões de anos atras…
Eu não
Tive que me procurar
Fui semente lançada ao vento
Habitei todas as casas
Tentei vingar em todos os
terrenos
Lodosos, pantanosos ou férteis
Não resultou
Sou fruto da planta que o
vento queimou
Perguntei á mãe terra onde me
pertencia estar
Qual seria o meu lugar
Respondeu-me que quem quisesse
que me viesse buscar
Que seria a flor do bosque por
plantar
Que seria lagarta verde no
casulo
Que nasceria borboleta, de
beleza rara e efémera
Que morreria sem ver os meus
filhos nascer
Fez-me chorar
Fez-me sofrer
Eu que (so) queria aprender
Agora tudo quero esquecer
E como esquecimento permanecer
Nas páginas de um livro por
ler
O abandono
A miséria de ser e não ser
De ter que ser escritor por
não saber varrer
Bom ou mau não importa
é sempre escritor
Não pode deixar de escrever
Ate morrer
E ainda assim renascer
Para publicar a sua obra
Numa biblioteca virtual a
apodrecer
Porque já ninguém sabe ler
Não interessa o entender
Só lhes importa ter
Vou mandar-te isto sem ler
Porque não me adianta rever
O que sai do meu ser
E que só a tua alma pode ver
Porque não andas de olhos
vendados em busca de (re)ter
Vives, como eu, para viver
Só por hoje
Diz
Vou viver ate chegar longe
Onde o sol esta a nascer
E la vou permanecer
Ate a lua chegar
(Desafio-te a prosseguir…retem
na mente só a ultima frase e continua a escrever, vamos fazer um dueto…)
Nota: *é irónico mas na
correção ortográfica automática diz “não existe no dicionário”, estou mais
desatualizada do que pensava!
Isa, 4 de Dezembro, 2012
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